domingo, 5 de janeiro de 2014

Uma tarde com a Rainha das Regras

Vila Belmiro (Albertinho), bateu o Coxa (Cláudio), por 2x1, pela Taça Ouro.

O PEnoFutmesa, na busca incessante em divulgar o futebol de mesa, fez uma visita a um verdadeiro palácio do botonismo pernambucano. Passamos à tarde do sábado, 4 de janeiro, na sede da Associação Pernambucana de Futebol de Mesa, onde se joga a Rainha das Regras, a regra pernambucana ou, simplesmente, o botãobol.

A sede fica no centro do Recife, no mezanino do edifício Brasília, na entrada do famoso Sebo. Basta perguntar ao primeiro trabalhador do local. Não tem erro. O local foi adquirido por Hércules, tradicional botonista, quando o grupo deixou o Santa Cruz. Ele, por amor ao desporto e à amizade existente entre eles, adquiriu três salas, transformando-as no templo do botãobol.

Atualmente, eles estão na disputa do segundo turno das taças Ouro e Prata, com jogos muito belos, assim como os botões. Por sinal, os botões possuem "alma própria", e existe um mercado pulsante. Teve até botão vendido por 500 reais. Nem ouso colocar preço em algum "jogador", por menos de 100 reais. É uma ofensa.

Abiud, mostra alguns dos seus vários times. Um botão diferente do outro mas ele não erra um nome.

Fomos recepcionados pelo atencioso e simpático, Abiud, que envergava uma camisa Tricolor do Chacaritas Junior (ARG), mesmo defendendo o Timbu, com o qual lidera a Taça Ouro. Ele, que dirige o blog A Marreta (http://abiud.blogspot.com.br/2014/01/timbu-lidera-serie-ouro-do-botaobol.html), que divulga o botãobol,  é um poço de sabedoria, especialmente em relação à História do futebol de mesa pernambucano.

O Alecrim verde-cocô, de Abiud, foi feito a partir de uma privada. Daí o apelido.

Nos explicou com grande envergadura e paciência, pelas mudanças das regras e que levaram à evolução que estamos presenciando hoje, principalmente na botãobol que, no início, era de toques livres por equipe, o que dava margem à cera e jogos enfadonhos. Hoje, joga-se com 12 toques por equipe e um por botão, sendo muito mais inteligente estrategicamente, e atrativa para quem assiste e joga.

Travassos, arrisca chute com Jacozinho, após tabelinha com Gabriel. Essa foi gol.

Pudemos presenciar alguns dos jogos. Muito interessantes, belos e que exigem grande habilidade, paciência, inteligência e criatividade. Realmente, dá vontade de comprar um time e iniciar-se na regra. Travassos, até arriscou alguns chutes e tabelinhas. Sem tanto sucesso, diga-se. Porém, colocou em campo seu antigo CRS dos tempos de infância. Jacozinho, Gabriel, Boniek, Platini, Bebeto, dentre outros, arriscaram chutes. Alguns até transpuseram o gigante Neneca. 

Cada botão, uma "alma" e com beleza sem igual.

Mas o mestre Abiud, explicou que meu antigo time não daria conta do jogo na botãobol. Primeiro, pois a parte de cima é curva, enquanto o botão da regra é mais reto, pois os toques são curtos, exigindo uma coordenação motora fina. Depois, precisariam aumentar o cavamento na parte de baixo, para ajudar no deslizamento. Além disso, o ângulo deve ser reto para poder encobrir melhor, afinal, a bola é redonda e de borracha. Então, como modificar o time está fora de questão, só resta comprar um time inteiro.

"Véi" Ribamar, um dos grandes botonistas de Pernambuco.

Travassos, ainda teve a alegria de reencontrar seu amigo de trincheiras do futsal pernambucano, o "véi" Ribamar, que já foi campeão no botãobol e que está de volta à regra. Foi uma tarde enriquecedora e saímos do templo do botonismo com a certeza de que os botonistas devem se unir, independente de regras, para levar o futebol de mesa à todos os pernambucanos. O trabalho será árduo mas tem que ser feito pois é um desporto que precisa ser resgatado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário