terça-feira, 17 de junho de 2014

Editorial: Uma alvorada da nova era surge em Pernambuco - Sergio Travassos

Um novo amanhecer para o botonismo pernambucano.

Pernambuco teve e tem grandes botonistas. Fora campeão nacional em 1971. Também tivemos dois campeões master e sênior, Claribenor e Carlos Alberto. No entanto, há muito tempo mantemos um ou dois centros botonísticos da regra nacional e nossas competições variam de 18 a 22 atletas, apenas. Também, o número de adeptos oscila bastante. 

Pior ainda, quais são os novos botonistas que apareceram nos últimos anos? Desses, quantos permaneceram constantes? E quantos são jovens? Se pensarmos direto para responder os questionamentos acima, deveríamos ficar preocupados. Bastante preocupados.

E, aí, ficamos no limbo da História do futebol de mesa nacional. De vanguarda a coadjuvante, perdendo espaço para potiguares, sergipanos, capixabas e gaúchos. Mais, ainda vemos com binóculos, nossos admirados colegas baianos. É quase uma repetição da própria História de Pernambuco, reparem bem.

Para mim, senti particularmente isso. Tenho desejo de mudança, de avanço, progresso, do resgate do futebol de mesa. Mais ainda, fiquei dez anos afastado do futmesa. Em tristeza profunda, diga-se. Me afastei e voltei. Revi amigos e colegas e conheci poucos novos botonistas da nossa regra: Dilton Monteiro. E só.

Na minha volta, trouxe o gigante Aluizinho, que há muito tentava cooptar. Porém, precisávamos de mais. Analisando holisticamente, de forma empresarial, percebi que a Federação Pernambucana de Futebol de Mesa - FPFM, precisava se repensar, agir, sacudir a poeira. 

Por isso, a ideia de criar esse blog que, à duras penas existe. Por isso, busquei inserir o futmesa no projeto Futebol, Café e Arte. Mas é pouco. Muito pouco. Então, em conversa com Normando, expliquei que iria fazer um esforço para levar a regra para dentro dos clubes onde, pensei, poderíamos atingir um nível de divulgação maior. 

Do ponto de vista da comunicação é até fácil pensar. O Santa Cruz, clube que negociei a entrada da nossa regra junto da já consolidada regra de 12 toques lá estabelecida, possui mais de 20 mil sócios, com site próprio e outros ligados à torcida. Mais ainda, com um espaço dentro da sede, visível para quem vai às piscinas, museu, bar e ao estádio, já está atraindo alguns curiosos. 

Esses curiosos podem virar adeptos. Aí entramos em outra conta. Da quantidade, gera-se a qualidade. Mais, gera um ciclo virtuoso que poderá aproveitar a onda retrô existente hoje no estado. O trabalho no Santa Cruz, será árduo mas está sendo feito. Até o próximo ano, teremos a mais moderna sala para a prática do nosso desporto.

Da conversa que tive com Normando, consegui apoio e plantamos a semente da entrada da regra nacional também no Sport Recife. Lá, Normando, encontrou ambiente bem organizado e com botonistas que abraçaram a ideia em prol do futmesa. Já angariou três novos adeptos.

Partindo do pressuposto de que uma federação é sustentada por seus filiados e estes filiados são os clubes, precisamos apoiar essa nova alvorada. Essa nova era é a chance de sobrevivência da nossa regra no estado. Da esperança de forjar bons atletas que poderão, em um futuro próximo, alcançar boas posições em competições regionais e nacionais. 

O futuro produtivo passa pelos clubes. Esses clubes, Santa Cruz (fundador da FPFM), do Sport Recife e, futuramente, da entrada dos clubes Aliancense, Amigos do Botão e Náutico, poderemos criar uma rivalidade sadia e, a partir disso, teremos o interesse maior em treinar, se esforçar, crescer no desporto. E as competições poderão atrair mais crianças e jovens e divulgar melhor nosso desporto.

Esse é o meu pensamento nesse editorial. O resgate e o progresso do nosso botonismo perpassa por apoiar e acreditar nos clubes e, estes, com seus representantes, tomar as rédeas da FPFM, para alinhá-la ao progresso visando voltar à vanguarda do desporto nacionalmente.

Sergio Travassos é jornalista, formado em Educação Física, com especialidade em Marketing, apaixonado por futebol de mesa e dedicado ao PenoFutmesa (penofutmesa.blogspot.com.br).




3 comentários:

  1. Beleza, Sérgio Travassos. Essa sua epopeia quixotesca é digna de aplausos. mas não creio que vá durar muito tempo. Logo, logo você irá se decepcionando com o que forçosamente irá passar. Espero estar enganado, mas, em priscas eras, tinha esse seu pensamento e essa sua vontade. Mesmo assim, torço pelo seu sucesso. Vá em frente e boa sorte! Que o sonho se torne realidade! Abraços.

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  2. Amigo Sérgio, hoje serei contrário ao amigo Abiud. O seu esforço é digno de vitória e somente através de esforços idênticos poderemos ter a consolidação de seu sonho. Já foi mais difícil, quando em 1967 criamos a Regra Brasileira. Hoje a coisa está mais desenvolvida e acredito que você conseguirá êxito em sua proposta. Com o apoio de grandes clubes pernambucanos vocês conseguirão seguir o caminho iniciado por Ivan Lima nos anos setenta. Torço para que isso seja uma realidade e tenhamos nos bravos pernambucanos uma força imensa a disputar campeonatos brasileiros em diversas cidades de nosso país. Pernambuco sempre foi e será uma forte referência nesse esporte. Torço pelo êxito de seu sonho. E lembre-se sempre que todo sonho pode ser realizado, desde que seja perseguido com afinco e perseverança.
    Continue nessa luta e seu nome será eternizado em nosso esporte
    Abraços,

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  3. Agradeço as palavras amigas. Abiud, mais contido e tentando preservar-me, e Sambaquy, mais romântico e resiliente. Entendo, respeito e reitero agradecimento às palavras de ambos. Sei bem que "sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto, é realidade" , como dizia Raul Seixas.
    É , por enquanto, sonho de alguns o fortalecimento dos clubes. É sonho de alguns o fortalecimento de Pernambuco. Mas precisamos entender que é sonho de todos que o botonismo cresça novamente nessa maravilhosa e difícil regra nacional. Esse é o mote principal, assim como Coubertin, pensou no olimpismo, não em títulos ou um desporto. ele pensou além. Precisamos pensar além. Ele trabalhou o final de sua vida e morreu sem que as Olimpíadas chegassem ao auge. ao contrário. Talvez morramos sem ver o desporto reconhecido mas deixaremos plantadas sementes fortes para o futuro. essa é minha intenção. esse é meu sonho. Pensando Pernambuco, penso no todo também. Pois o todo só será forte se os pernambucanos se dedicarem por seu jogo, assim , como potiguares, capixabas, gaúchos, baianos, etc. As partes fortes, fazem o todo forte. Abraços

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